quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Em tempos de processo eletrônico os quiosques digitais substituirão o balcão!

Que tal contemplarmos um pouquinho o futuro? Lembra do slogan antigo desse blog: “o futuro começa agora!” Gosto disso, meu sonho era trabalhar numa empresa de prospecção de soluções e ideias futuristas, pois vez ou outra, me vem insights ou vislumbres de como as coisas poderão ser no futuro! Acredito que seja um tipo de dom divino!
Hoje soube que uma unidade judiciária do interior do estado, na cidade de Encantado, será a Vara piloto para implantação do Processo Eletrônico. Uau, finalmente!!!! O futuro está chegando, a pleno vapor, nos pagos gaúchos da justiça do trabalho! Que felicidade!!!!
Considerando o que tenho vislumbrado no ideário da Arquivística Social, em seu afã de buscar atender as demandas informacionais do cidadão, no mesmo tempo, modo e na mesma plataforma tecnológica que ele está sendo inserido, buscando adaptar-se a própria evolução tecnológica e social, evidentes no III Milênio. E, se pensarmos que, praticamente, cada brasileiro tem um aparelho celular, chegaremos a conclusão de que não estamos tão longe assim da inclusão digital!!! Isto implica na urgência da Gestão de Conhecimento e na otimização do fluxo informacional focado na transparência, celeridade e eficiência de atendimento aos cidadãos.
Temos que rever de imediato, alguns conceito e modus operandi, especialmente agora com a Lei Federal 12 527 18/11/11 que regula o Acesso à Informação Pública que prevê responsabilização administrativa pelo não fornecimento da informação cidadã que está sendo solicitada, tanto para o gestor como para o servidor que está ali atendendo ao público. Você já refletiu sobre este ponto profissional e ético?
A Arquivística Social sugere também respeitar a capacidade de usar as novas tecnologias por parte do cidadão de baixa renda. Neste sentido, há muito tenho contemplado, e, compartilhado com meus pares de TI, que a solução passa pela institucionalização dos “quiosques digitais”. Ao lado, eis um modelo funcional que encontrei na Internet de autoria do Arquiteto Carioca Paulo Lyrio.
Resta uma perguntinha básica: Quem vai prestar atendimento aos jurisdicionados, ou o público em geral, nos quiosques digitais? Advinha se for capaz…
Bem, é claro que o modelo TASSI- Teoria Arquivística Social Sistêmica Inter-relacional, que estou pesquisando, na medida do tempo que tenho conseguido dedicar-me a este projeto de pesquisa, como Arquivista e pesquisador autônomo, terei de incluir a plataforma dos “quiosques digitais” como uma realidade presencial – uma solução inteligente e bem resolvida – as quais deverão revolucionar o atendimento nos balcões. Balcões que, têm sido considerados por muitos usuários, como sistemas de atendimento semi-analógicos, obsoletos, lentos no tempo de resposta, alguns ainda com registros em livros – por incrível que pareça, isto que estamos no limiar da segunda década do III milênio!!!
Alguém já pensou aí, dos usuários receberem notificação por celular? Não seria bem mais econômico e eficiente! É de se pensar…

Fonte: http://arquivistasocial.net/2011/11/29/em-tempos-de-processo-eletronico-os-quiosques-digitais-substituirao-o-balcao/

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A ‘dimensão cidadã’ da Arquivística Social: patrimônio, memória, identidade e conhecimento.

          Num olhar transdisciplinar, tendendo a configurar-se como um novo paradigma da Arquivologia – “sua dimensão cidadã”, Fugueras (2003) – infere-se esta dimensão ser a catalizadora da interpretação social e histórica de nossas sociedades. É mister, pela ótica de uma arquivística solidária, compreender a dimensão do valor humanitário do eixo quádruplo: patrimônio – memória – identidade – conhecimento, num vislumbre vanguardista de Fugueras (2003) que expande a arquivologia para a tese emergente da interpretação da sociedade:
“A justificação da necessidade de atender adequadamente os arquivos alcança sua verdadeira dimensão cidadã revelando sua associação inseparável a conceitos percebidos como positivos pela sociedade como o de patrimônio, memória, identidade e conhecimento.” (FUGUERAS, 2003, p. 200).
          Na exata medida do despertar da consciência social em relação ao valor do patrimônio documental, tanto nacional como institucional, é que os conjuntos documentais serão adequadamente preservados, de modo arquivístico e profissional. Nesta exata medida, a sociedade conscientizar-se-á do mérito das dimensões de valor dos documentos – em sua significação ampla, incluindo os tesouros dos registros de narrativas orais: valor de testemunho, de prova material, informativo, cultural e científico, bem como seu caráter histórico como fontes primárias de conhecimento e pesquisa.
              Fugueras (2003) agrega a esses valores outros elementos essenciais ao patrimônio documental da humanidade, valores proeminentes que interessam à sociedade: o valor de memória, de identidade e de conhecimento. Eis aí uma dimensão social nova para a Arquivologia clássica, a qual infere ser uma mudança paradigmática que convida a uma ressocialização de sua teoria e de sua prática – no sentindo de incluir, como elemento da gestão documental, a gestão do conhecimento voltada a ser um catalizador da interpretação social.
       A construção processual e colaborativa de uma arquivística social tem sido empreendida por meio de ações transnacionais de arquivistas solidários, engajados nas causas de dimensões cidadãs e sociais, atreladas ao patrimônio documental, à memória, à identidade. Esta plataforma emergente de cooperação conjunta da construção do conhecimento arquivístico, compartilhando soluções, às problemáticas arquivísticas comuns de diferentes localidades e países em situação de conflito e eminente risco ao patrimônio documental, lembra a tese da “construção coletiva do conhecimento” preconizada por Lévy (2010). Ela também tem sido consubstanciada na idealização multi e interdisciplinar, proposta por Fugueras (2003), como demonstrado na citação abaixo, onde ele amplia o conceito da transversalidade da arquivística atual, reforçando sua proximidade primordial com as Ciências Sociais mais do que com a tecnologia:
 ”A arquivística encontra-se atualmente na confluência de numerosas disciplinas, algumas tradicionais como a História, a Paleografia, a Diplomática; outras novas e frequentemente desatendidas como a Ciência da Gestão, a Ciência da Informação e da Comunicação, mais próximas da Sociologia que da Tecnologia. (FUGUERAS, 2003, p. 12).”
           A Arquivologia Social, em seu atual processo de construção global, na concepção deste pesquisador, tem fomentado um construtivo diálogo interdisciplinar entre os pares da Ciência da Informação e das Ciências Sociais, o qual contribuirá para romper barreiras ideológicas difusas que assediam os acervos, minando qualquer tentativa de implementar políticas públicas de arquivos e inviabilizando uma gestão documental arquivística e a tão almejada Gestão do Conhecimento.
          Este diálogo aberto e de alto nível entre profissionais, em contraste com a ditadura de linhas de pensamentos que criam situações de embate e buscam obstaculizar os esforços tanto do Arquivo Nacional como dos Conselhos Superiores da Justiça para implementar suas políticas de arquivos, é uma exemplificação oportuna que despertará a consciência social para a necessidade de uma gestão documental integral, preservação técnica e profissional, a ser realizada por arquivistas com formação superior de qualidade.
          A Arquivística Social abarca também a questão do “poder dos arquivos” apresentada por Jimerson (2009).  Infere-se que existe também uma correlação entre poderes, entre os conflitos ideológicos e a implementação de políticas de arquivos, bem definidas, transparentes e que primem pela eficiência de gestão pública. A questão fundamental da existência de uma política pública de arquivos, conforme Santos (2009), é a de que ela seja “bem nascida”, ou seja, que emane dos mais altos pontos da hierarquia institucional, que ela seja formulada por Conselhos Superiores – no contexto em tela das políticas públicas de arquivo no âmbito do Poder Judiciário.
Referências
FUGUERAS, Ramon Alberch. Los Archivos, entre la memoria histórica y la sociedad del conocimiento.  Barcelona: Editorial U, 2003.
JIMERSON, Randall C. Archives Power: memory, accountability and social justice. Society of American Archivists, SAA, 2009.
SANTOS, Jackson Guterres. A Descrição Arquivística: elo pontífice documento-memória-cidadão no caldear de nossa civilidade. Porto Alegre, UFRGS, 2009. Disponível em: <http://arquivobrasil.org/DescricaoArquiviisticaEloPontificeDocumentoCidadao.pdf>. Acesso em: 25 out. 2010.
LÉVY, Pierre; LEMOS, André. O futuro da Internet: em direção a uma ciberdemocracia. São Paulo: Paulus, 2010.
Fonte:http://arquivistasocial.net/2011/11/17/a-dimensao-cidada-da-arquivistica-social-patrimonio-memoria-identidade-e-conhecimento/

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Blogs são ferramentas poderosas para falar na linguagem do aluno, aponta pesquisa

Desde a popularização dos computadores pessoais, em meados dos anos 1990, muitas escolas incorporaram a informática em seus currículos. Entretanto, de acordo com a bióloga e professora Mônica Fogaça, “trata-se de uma orientação hierarquizada, que não ouve os interesses e conhecimentos dos alunos”.

Mônica é autora de uma pesquisa recente feita na Faculdade de Educação (FE) da USP que verificou como a utilização de blogs pode auxiliar o aprendizado de estudantes do ensino fundamental nas aulas de Ciências. “Além de mudar a relação da informática na escola, tentamos também influenciar a formação dos jovens numa direção mais solidária e coletiva”, diz.

A tese de doutorado “Blog no ensino de ciências: uma ferramenta cultural influente na formação de identidades juvenis” foi realizada durante os anos de 2009 e 2010, com os alunos de Mônica do 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Marista Arquidiocesano, localizado na zona sul de São Paulo, onde também coordena a área de ciências.

Na atividade, os estudantes tinham de manter um blog, no qual escreviam sobre os conhecimentos aprendidos em sala. “Dei liberdade a eles no texto: podiam usar a linguagem que quisessem, até mesmo gírias de internet. Só não eram permitidos ofensas e plágio”, conta a bióloga.

Ela relembra que, no começo, os artigos dos alunos eram recheados de humor. “Eles achavam que ler não tinha graça, então usavam muitas brincadeiras pra fazer as pessoas continuarem lendo”, explica. No fim do ano, porém, segundo Mônica “os textos cresceram, usando termos técnicos, propondo discussões amplas e até chegando a ser politizados”.
“Eu me remexo muito”

Durante a pesquisa, 66 blogs foram analisados no aspecto geral. Numa segunda fase do trabalho, Mônica analisou dois desses sites qualitativamente, verificando as diferenças e as evoluções dos discursos ao longo do curso.

O ano letivo foi dividido em três trimestres, e cada um com um tema específico. O primeiro, “Eu me remexo muito”, abordava a ciência presente nas práticas corporais juvenis, como circo e handebol. “Um caso interessante foi o de alunas que desenvolveram um trabalho sobre balé. Elas não se sentiam confiantes para escrever e não tinham boas notas, mas depois nunca mais foram chamadas para recuperação”, rememora Mônica.

Para a escolha do tema seguinte, foi realizado um mapeamento de interesses com os alunos. “Dá pra pensar muitas coisas ouvindo o que eles desejam fazer”, conta a professora, que ainda ressalta que “precisamos também tentar falar a língua dos jovens. Não existe uma cultura jovem, existem diferentes culturas jovens, e é preciso se manter em contato com eles a todo momento.”

Pais e alunos
No segundo trimestre, “Estética na cultura juvenil” foi o assunto principal dos textos dos alunos, com conhecimentos de Química e Ecologia aparecendo lado a lado de uma visão crítica sobre a ditadura da beleza.

Para encerrar o ano, “Se liga, bro!”, falava sobre telecomunicações, também discutindo propaganda e consumismo. “Aqui, foi interessante o trabalho de autocrítica, porque os alunos pertencem a uma classe privilegiada. O maior ganho foi a redução do preconceito, que é uma das metas do nosso projeto pedagógico. Com isso, os estudantes também passaram a se relacionar melhor entre si”, ressalta.

A professora conta que os pais que tiveram acesso foram bem receptivos ao projeto. “Eles acharam impressionante ver os filhos se envolvendo com a pesquisa para os textos, até porque muitos jovens têm por prática manter a cibercultura isolada dos pais para que eles não tenham acesso ao seu mundo.”

Em compensação, segundo Mônica, “alguns professores achavam errado dar a liberdade de escrever como quiser, pela fuga da gramática normativa. Isso é mais uma prova da exclusão da cultura do jovem”.

Os alunos, porém, adoraram, constatou a professora. “Para eles, criou-se um território só deles. No começo, ninguém queria fazer comentários nos blogs dos outros, mas todos adoravam ler os comentários que tinham aparecido nos textos deles. Isso me fez entender que, para os adolescentes, internet é sinônimo de conversar com os outros”, opina.

Experiência inglesa
Quando questionada sobre a presença de temas não usuais em uma aula de ciências, a professora explica que isso faz parte da proposta curricular do colégio, que trabalha com uma abordagem baseada nos “Estudos Culturais”, um campo antidisciplinar que surgiu na Inglaterra do pós-guerra.

Estudos Culturais, explica Mônica, baseiam-se no conceito de que “não existe alta ou baixa cultura, que toda cultura é válida e deve ser problematizada”.
Sobre as aplicações da abordagem no ensino de física, química ou biologia, a professora avalia que “o ensino de ciências tem que olhar mais não só os seus produtos, mas também os efeitos deles”.

O estudo foi apresentado este ano na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, orientado pelo professor Marcelo Giordan.
Fonte: http://www.blogeducacao.org.br/uso-de-blogs-e-ferramenta-poderosa-para-falar-na-linguagem-do-aluno-a
 http://www.portaleducacao.com.br/educacao/noticias/45733/blogs-sao-ferramentas-poderosas-para-falar-na-linguagem-do-aluno-aponta-pesquisa/?utm_source=twitter&utm_medium=noticias&utm_content=8020&utm_campaign=twitter

domingo, 27 de novembro de 2011

Os arquivos secretos da Marinha

ÉPOCA teve acesso a documentos inéditos produzidos pelo Cenimar, o serviço de informações da força naval. Eles revelam o submundo da repressão às organizações de esquerda durante a ditadura militar

LEONEL ROCHA

Confira a seguir um trecho dessa reportagem que pode ser lida na íntegra na edição da revista Época de 28/novembro/2011
Selo (Foto: reprodução)


Uma caixinha de papelão do tamanho de um livro guardou por mais de três décadas uma valiosa coleção de segredos do regime militar implantado no Brasil em 1964. Escondidas por um militar anônimo, 2.326 páginas de documentos microfilmados daquele período foram preservadas intactas da destruição da memória ordenada pelos comandantes fardados. Os papéis copiados em minúsculos fotogramas fazem parte dos arquivos produzidos pelo Centro de Informações da Marinha (Cenimar), o serviço secreto da força naval. Ostentam as tarjas de “secretos” e “ultrassecretos”, níveis máximos para a classificação dos segredos de Estado e considerados de segurança nacional. Obtido com exclusividade por ÉPOCA, o material inédito possui grande importância histórica por manter intactos registros oficiais feitos pelos militares na época em que os fatos ocorreram. Para os brasileiros, trata-se de uma oportunidade rara de conhecer o que se passou no submundo do aparato repressivo estruturado pelas Forças Armadas depois da tomada do poder em 1964. Muitos dos mistérios desvendados pelos documentos se referem a alguns dos maiores tabus cultivados pelos envolvidos no enfrentamento entre o governo militar e as organizações de esquerda.
FIM DO SEGREDO A caixa de papelão com os microfilmes de documentos do Cenimar. Ela foi guardada por um militar anônimo por mais de três décadas (Foto: Igo Estrela/ÉPOCA)
A mensagem
Para os brasileiros
A investigação da Comissão da Verdade pode mexer com tabus da direita e da esquerda
Para os militares
Ainda há muitos documentos da ditadura militar a divulgar
As revelações mais surpreendentes estão nas pastas rotuladas de “Secretinho”, uma espécie de cadastro dos espiões nas organizações de esquerda. Fichas e relatórios do Cenimar identificam colaboradores da ditadura, homens e mulheres, que atuavam infiltrados nas organizações que faziam oposição, armada ou não, ao regime militar. Agiam dentro dos partidos, dos grupos armados e dos movimentos estudantil e sindical. O trabalho dos informantes e agentes secretos era pago com dinheiro público e exigia prestação de contas. Muitos infiltrados eram militares treinados pelos serviços secretos das Forças Armadas que atuavam profissionalmente. Outros foram recrutados pelos serviços secretos entre os esquerdistas, por pressão ou tortura. Havia ainda dezenas de colaboradores eventuais, simpatizantes do regime, que trabalhavam em setores estratégicos, como faculdades, sindicatos e no setor público. A metódica organização da Marinha juntou relatórios, fotografias, cartas e anotações de agentes e militantes.
Reveladores, os papéis microfilmados divulgados por ÉPOCA antecipam alguns dos debates mais importantes previstos para a Comissão da Verdade, cuja lei de criação foi sancionada recentemente pela presidente Dilma Rousseff. Aprovada pelo Congresso, a comissão foi criada com o objetivo de esclarecer os abusos contra os direitos humanos cometidos, principalmente, durante a ditadura militar. Se investigar a fundo o que se passou nas entranhas do aparato repressivo, chegará à participação de militantes de esquerda nas ações que levaram à prisão, à morte e ao desaparecimento de antigos companheiros.
O PRECURSOR José Anselmo dos Santos (ao centro, de bigode), o “Cabo Anselmo”, o mais famoso dos agentes duplos da ditadura, numa foto de 1964. Acima, uma reprodução de um documento do Cenimar, em que seu nome aparece numa lista de civis e militares invest (Foto: Arquivo O Dia)
Durante a luta armada, as acusações de traição muitas vezes determinaram justiçamentos, com a execução dos suspeitos pelos próprios integrantes das organizações comunistas. Isso aconteceu com Salathiel Teixeira, militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) que integrou o revolucionário Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), dissidência do “Partidão” que migrou para a luta armada. Salathiel terminou morto por companheiros por suspeita de ter fornecido, sob tortura, informações aos órgãos de repressão. Os documentos da Marinha mostram como Maria Thereza, funcionária do antigo INPS do Rio de Janeiro e amiga de Salathiel, foi recrutada e paga para ajudar a prendê-lo em 1970. A prisão de Salathiel foi chave para a prisão de dirigentes do partido (leia mais na reportagem).
O Cenimar representava a Marinha na poderosa comunidade de informações do governo militar, que incluía também os serviços secretos do Exército, da Aeronáutica, da Polícia Federal e das polícias Civil e Militar. O marco inicial da estruturação dessa rede que investigava e caçava inimigos dos militares foi a criação do Serviço Nacional de Informações (SNI), em 1964, pelo então coronel Golbery do Couto e Silva, um dos homens fortes dos governos dos presidentes Humberto de Alencar Castelo Branco, Ernesto Geisel e João Figueiredo.
Para compreender bem o confronto sangrento entre as Forças Armadas e as organizações de inspiração comunista, é necessário lembrar o contexto da época. O mundo vivia a Guerra Fria, período de polarização ideológica em que Estados Unidos e União Soviética disputavam o controle de regiões inteiras do planeta. O Brasil importou o conflito internacional. O governo militar tinha o apoio dos Estados Unidos, e parte da oposição aderiu aos regimes comunistas, com forte influência de Cuba e China. O PCB se dividiu em dezenas de siglas adotadas por grupos radicais que adotaram a luta armada como instrumento para a derrubada dos militares. O PCB defendia a via pacífica para a chegada ao poder. Nem assim escapou da perseguição do aparato repressivo e muitos de seus seguidores foram mortos e desapareceram com a participação direta da comunidade de informações. Dentro do PCB sempre se soube que a ação de agentes infiltrados teve grande responsabilidade nas prisões dos comunistas. Os documentos do Cenimar revelam que um discreto dirigente do PCB em São Paulo, Álvaro Bandarra, fez um acordo com os militares em 1968 para colaborar com a caçada aos integrantes do partido.
Os documentos do Cenimar mostram ainda como agiram os espiões para ajudar no desmantelamento de algumas das dissidências do PCB. Os agentes infiltrados pela Marinha tiveram importante participação na derrocada do PCBR, da Ação Libertadora Nacional (ALN), da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) e da Frente de Libertação Nacional (FLN). Os militantes viviam escondidos em casas e apartamentos, chamados por eles mesmos de “aparelhos”. Num tempo em que não havia telefone celular nem internet, marcavam locais de encontro, conhecidos como “pontos”, com semanas ou meses de antecedência para garantir o funcionamento das organizações. Num desses “pontos”, descoberto por um agente secreto de codinome “Luciano”, morreu Juarez Guimarães de Brito, um dos líderes da VPR, procurado pelo governo por ter comandado o lendário assalto ao cofre do ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros.
Os arquivos da Marinha revelam também como os comunistas subestimaram a força da ditadura e cometeram erros infantis que facilitaram o trabalho da repressão. Num tempo em que os grampos telefônicos já eram comuns, guerrilheiros tramavam ações armadas e falavam despreocupadamente ao telefone. Também convidavam para participar de grupos de ação armada pessoas que mal conheciam, o que facilitou a infiltração dos agentes secretos. A fragilidade das organizações de esquerda permitiu a infiltração do fuzileiro naval Gilberto Melo em entidades do movimento estudantil no Rio de Janeiro.
Microfilmagem (Foto: reprodução)
A história de Gilberto guarda grande semelhança com a do mais conhecido dos agentes duplos da ditadura, José Anselmo dos Santos, conhecido por “Cabo Anselmo”. Anselmo se tornou conhecido ainda antes do golpe como presidente da Associação dos Marinheiros, um dos focos de agitação durante o governo de João Goulart, e depois se infiltrou em organizações da luta armada como informante da repressão. Gilberto passava os dias perambulando pelo restaurante Calabouço, local de encontro dos estudantes e de organização das manifestações contra o regime militar. Ele viu quando o secundarista Edson Luiz Lima Souto foi morto durante uma manifestação por policiais no Calabouço, com um tiro no peito, no dia 28 de março de 1968.
Nos dias seguintes à morte de Edson Luiz, Gilberto, conhecido no Cenimar como Soriano, participou das manifestações desencadeadas pelo assassinato, que culminaram na famosa passeata dos 100 mil, em junho de 1968, no Rio de Janeiro. Gilberto incorporou tanto o disfarce que terminou preso duas vezes. Foi espancado e torturado como se fosse um esquerdista. Nunca revelou que era agente secreto. A morte de Edson foi um dos fatos mais marcantes daquele período, que culminou com o recrudescimento da repressão pelo regime militar e a implantação do Ato Institucional Número 5 (AI-5) no final de 1968.
Os papéis microfilmados constituem um valioso acervo para a compreensão dos métodos empregados pelos órgãos de repressão. Por razões óbvias, nos registros não constam as práticas mais hediondas, como tortura, prisões ilegais, assassinatos ou desaparecimento de pessoas. Mas eles têm o mérito de expor personagens e mostrar o roteiro das perseguições aos inimigos do regime. Os relatórios do Cenimar também registram o envolvimento de oficiais da Marinha. Eles controlavam a rede de espiões espalhados pelo país, chefiavam as equipes de busca e coordenavam os interrogatórios. “Documentos que mostram relatórios de informantes, contratações e atuação direta são raros”, afirma Carlos Fico, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, um dos principais historiadores do período militar. “Provavelmente (esses documentos) deveriam ter sido expurgados. Por algum motivo, alguém os salvou.”
O expurgo mencionado por Fico foi concretizado no acervo do Centro de Informações da Aeronáutica (Cisa). O Cisa fazia o mesmo trabalho do Cenimar. Também tinha agentes e controlava elementos infiltrados em organizações de esquerda. No início do ano, o Arquivo Nacional abriu a consulta aos documentos acumulados pelo Cisa e entregues um ano antes pela Aeronáutica. Mas quem for até lá em busca de documentos como os do Cenimar vai se decepcionar. Não há nada que leve à identidade de agentes e informantes, seus relatórios, comprovantes de pagamentos, material que existe fartamente nos arquivos obtidos por ÉPOCA. Procurada, a Marinha afirmou desconhecer os documentos do arquivo secreto. “Não foram encontrados, no Centro de Inteligência da Marinha, registros pertinentes aos questionamentos apresentados”, afirmou o contra-almirante Paulo Maurício Farias Alves, diretor do Centro de Comunicação Social da Marinha.
Até hoje, a história da ditadura militar no Brasil se revelou aos poucos, em imprevisíveis divulgações de documentos, relatos contraditórios de militares e incompletas declarações dos perseguidos pelo regime militar. Menos de três décadas depois de restaurada a democracia, ainda existem importantes segredos. Nas próximas semanas, ÉPOCA publicará novos capítulos dessa história ainda desconhecida.
Fontes:
http://archivisticaysociedad.blogspot.com/2011/11/os-arquivos-secretos-da-marinha.html?spref=tw

sábado, 26 de novembro de 2011

Fórum de Acesso Aberto será realizado no INFO 2012

O II Fórum de Acesso Aberto será realizado no XII Congresso Internacional de Informação (Info'2012) que acontecerá de 16 a 20 de abril de 2012, no Palácio de Convenções de Havana, em Cuba. O Fórum será realizado nos dias 16 e 17 de abril com o tema "A Interoperabilidade, base da ecologia de repositórios de acesso aberto". O evento receberá resumos dos trabalhos até 15 de janeiro de 2012. Informações: http://www.congreso-info.cu

Fonte: <http://www.deolhonaci.com/news/forum-de-acesso-aberto-sera-realizado-no-info-2012>
 
 

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Da criação à preservação a longo prazo de objectos digitais autênticos: o papel dos profissionais da informação

No actual contexto da Sociedade da Informação, tendo em atenção o papel central e fulcral da informação como motor dinâmico das organizações, um dos maiores desafios que se coloca aos profissionais da informação, designadamente aqueles que desempenham funções em arquivos, consiste na criação, manutenção e preservação a longo prazo de objectos digitais autênticos. Deste modo, a análise do contexto orgânico-funcional dinâmico das organizações e a análise de conteúdo deve assentar nos princípios, conceitos e métodos da Arquivística – disciplina aplicada da área da Ciência da Informação – e da Diplomática Contemporânea, de maneira a fornecer à organização uma compreensão dos contextos administrativo, legal, funcional e social em que opera, para conseguir identificar os principais factores que influenciam a sua necessidade de criar e manter informação e, ainda, para determinar os requisitos que garantirão a autenticidade, fidedignidade, integridade, inteligibilidade e a usabilidade da informação produzida, bem como as bases para a sua preservação a longo prazo. Considerando que os Arquivos têm como uma das suas missões a preservação e acessibilização da informação no seu contexto de produção ao longo do tempo, é fundamental a intervenção precoce dos seus profissionais na concepção e implementação de sistemas de informação de forma a assegurar que todos os objectos digitais com valor secundário, produzidos por um sistema, sejam preservados como autênticos, fidedignos, inteligíveis e utilizáveis.

Fonte:  http://eprints.rclis.org/handle/10760/16279?utm_medium=twitter&utm_source=twitterfeed#.Ts-AJXq8he5

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

PMJP abre inscrições para oficinas do Conselho de Arquivologia - João Pessoa / Paraíba

João Pessoa será sede entre os dias 29 de novembro e 2 de dezembro das Oficinas Técnicas do Conselho Nacional de Arquivos (Conarq). O evento será realizado pela Secretaria de Administração (Sead) da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), em parceria com o Conselho, no auditório da PBTur. As inscrições já estão abertas no site da PMJP (www.joaopessoa.pb.gov.br).

As Oficinas Técnicas do Conarq tem o objetivo de disseminar o conhecimento arquivístico e fortalecer o Sistema Nacional de Arquivos, contribuindo para a melhoria dos serviços prestados pelos arquivos públicos aos governos dos estados, bem como aos cidadãos.

O prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, a secretária de Administração Laura Farias, e o presidente Nacional do Conarq, Jaime Antunes da Silva, estarão presentes na cerimônia de abertura, no dia 29 de novembro, a partir das 14h, onde será discutido o tema \'Arquivo Público como instrumento de gestão, transparência e eficiência: um dever do poder público e um direito do cidadão\'.

Duas oficinas técnicas serão realizadas entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro: sobre Modelo de Requisitos para Sistemas Informatizados e Gestão Arquivística de Documentos, com carga horária de sete horas, no dia 30; e sobre Reformatação e Preservação de Acervo Documental Arquivístico, com carga horária de 14 horas, nos dias 1º e 2 de dezembro.

As inscrições são gratuitas, mas as vagas são limitadas. Podem se inscrever arquivistas, gestores públicos, administradores e demais profissionais de instituições públicas e privadas detentoras de acervos documentais, além de estudantes do curso de Arquivologia. Serão entregues certificados pela participação, no final do evento.

O auditório da PBTur fica localizado na Avenida Tamandaré, 100, no bairro de Tambaú, na Capital.

Fonte: http://www.fatospb.com.br/conteudo.php?id=13209

Revista Brasileira da Pós-Graduação (RBPG)

A Revista Brasileira da Pós-Graduação (RBPG) recebe, até o dia 31 de março de 2012, propostas de contribuições autorais para a edição de um número especial da RBPG, voltado ao tema Inovação Tecnológica na Pós-Graduação Brasileira.


O objetivo da edição temática é promover a reflexão e o debate multidisciplinar sobre políticas, experiências e aspectos de metodologias de ensino na pós-graduação, com foco na inovação. As propostas deverão ser encaminhadas, conforme especificam as normas para colaboração da RBPG, para o e-mail rbpg@capes.gov.br.

Confira a íntegra do edital com as normas para envio de artigos para esta edição: http://www.capes.gov.br/images/stories/download/editais/Edital_44-2011_RBPG_InovTecn.pdf.

RBPG - Lançada em agosto de 2004, a revista é voltada à divulgação de estudos, experiências e debates sobre a pós-graduação, sua situação, desafios, políticas e programas. De periodicidade semestral, está estruturada em quatro seções: Estudos, Experiências, Debates e Documentos.

Com uma média de 8,5 mil a 10 mil acessos por trimestre, a revista firmou-se como um importante veículo para a disseminação de estudos e debates sobre a pós-graduação. A cada número, são tratados temas variados como características da formação pós-graduada em várias modalidades, política da pós-graduação, demandas da comunidade científica e ações das agências de fomento. A RBPG desempenha ainda o papel de instrumento privilegiado para o estudo de temas referentes à colaboração científica internacional.

A publicação é distribuída para todas as bibliotecas e vários centros de informação do País e do exterior, além de estar disponível na página da Capes.
(Ascom da Capes)
 
 http://informacaoemcena.blogspot.com/2011/11/revista-brasileira-da-pos-graduacao.html

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

TCE elimina uso do papel e migra procedimentos para sistema eletrônico de tramitação processual

A partir de fevereiro, todos os processos que chegarem ao TCE-PB deverão ser digitalizados e distribuídos aos procuradores automaticamente pelo Sistema de Tramitação do Tribunal. Prefeituras, Câmaras e outras entidades que têm a necessidade de prestar contas ao órgão deverão utilizar a tecnologia. O objetivo é proporcionar maior transparência das informações, facilitar o trabalho dos jurisdicionados e servidores públicos, além de contribuir para a diminuição da quantidade de papéis.
Para o gestor público, a digitalização é fundamental, já que, com ela, ele pode recuperar informações importantes das Instituições e preservar a memória institucional, com procedimentos técnicos que garantam a organização, preservação e o acesso ao acervo documental.
Para isso, a Solaris Cursos amplia seus produtos em Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED), já reconhecidos no mercado nacional, e realiza o mesmo curso, agora voltado especialmente ao setor público. Destinado aos servidores públicos que lidam com documentos, o GED aborda, entre assuntos, arquivologia, plano de classificação, tabela de temporalidade, formatos de compressão, acondicionamento e ciclo de vida de documentos, resolução de imagens e certificação digital.
O conhecimento em GED possibilita o acesso rápido e seguro aos documentos, reduz custos, otimiza espaço físico e preserva a história da administração pública - o que caracteriza uma administração moderna e comprometida com a comunidade.
Metodologia
Com um dos laboratórios mais modernos do país, o curso oferecido pela Solaris tem um enfoque prático, desde à funcionalidade do scanner e do software à aplicação de exercícios para utilização das funções do sistema. Um laboratório especial foi construído especificamente para o treinamento do GED, dividida em estações, estruturadas com computadores e scanners apropriados para o curso. O objetivo é capacitar o participante em todo o processo de gerenciamento eletrônico de documentos, desde o armazenamento correto do papel até o manuseio completo do software.
Para ministrar o curso em João Pessoa, a Solaris Cursos convidou três das maiores autoridades do assunto no Brasil: Josemar Henrique de Melo, historiador, mestre em Ciência da Informação e doutor em Ciências Documentais, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Portugal). Cláudio Simão de Lucena Neto, advogado, especialista em Direito Empresarial, bacharel em Ciências da Computação pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e membro do Instituto Brasileiro de Direito Eletrônico (IBDE).
José Anderson Ferreira A. Silva, instrutor de tecnologias e aplicativos há 20 anos, possui larga experiência com softwares corporativos, design e web. O método da Solaris é baseado em um processo de consultoria, que viabiliza aplicações direcionadas às realidades dos participantes do curso.
O curso acontece no auditório da Solaris, de 25 a 27 de janeiro, das 8h às 12h e das 14h às 16h. Para outras informações e inscrições, a Solaris desenvolveu o site www.menospapel.net
Sobre a Solaris
A Solaris Cursos é uma empresa 100% paraibana, que vem, a cada dia, dominando o segmento de capacitação profissional no estado. Possui uma moderna estrutura e uma metodologia de ensino inovadora, simulando um ambiente de trabalho durante as aulas e familiarizando os alunos com a realidade profissional. A Solaris oferece cursos intensivos, com aulas diárias e carga horária que abrange todo o conteúdo programático, além de
cursos diferenciados, o que garante a constante atualização para o mercado.

A unidade é composta com um confortável auditório, seis modernos laboratórios com mais de 80 equipamentos de última geração, ligados a internet, além de contar com uma assistência técnica autorizada com mais de 40 marcas de micros, impressoras, notebooks e monitores LCD's. A Solaris fica localizada na Avenida Piauí, 75 - Bairro dos Estados, em João Pessoa - PB. Tel: (83) 2251717. Outras informações, pelo site
www.solariscursos.com.br/
Fonte: http://www.paraiba.com.br/2011/01/22/10401-tce-elimina-uso-do-papel-e-migra-procedimentos-para-sistema-eletronico-de-tramitacao-processual

http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=595&query=simple&search_by_authorname=all&search_by_field=tax&search_by_headline=false&search_by_keywords=any&search_by_priority=all&search_by_section=all&search_by_state=all&search_text_options=all&sid=11&text=tabela+de+temporalidade&x=0&y=0

Conheça o Curso de Graduação em Arquivologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)







Habilitação: Arquivista
Código: 509
Vagas: 24



Prédio 74 - UFSM
Créditos: Carlos Blaya

Objetivo Geral
O Curso de Arquivologia da UFSM destina-se a formar profissionais que podem atuar de forma criativa e eficiente, em atividades que conduzam à conscientização do valor dos arquivos e a preservação dos mesmos, planejando, organizando e dirigindo arquivos públicos e/ou privados.

Duração
Prazo mínimo: 6 semestres
Prazo normal: 7 semestres
Prazo máximo: 10 semestres

Ementário

Site Oficial do curso

Nível de ensino:    Graduação
Modalidade:    Específica referente à profissão
Grau acadêmico:    ARQUIVISTA
Turno:    Diurno
Área de conhecimento:    ARQUIVOLOGIA
Ato de autorização:    Criado pelo Parecer CEPE nº 179, de 10.08.76.
Ato de reconhecimento:    Reconhecido pela Portaria Ministerial n. 076/81, publicada no DOU, de 20/01/81 e Portaria n. 250/2006/MEC, publicada no DOU, de 19/06/2006
Fonte: Portal da UFSM (http://sucuri.ufsm.br/_cursos/ccsh/arq.php)



ÁREAS DE ATUAÇÃO

Os profissionais arquivistas atuam em instituições públicas e/ou privadas. Na área pública, podem exercer funções na esfera governamental Municipal, Estadual e Federal, ou seja, em órgãos dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Na área privada, podem atuar na esfera empresarial, em hospitais, em instituições financeiras, em sociedades, em estabelecimentos de ensino, em cooperativas, em arquivos particulares e prestar consultorias, entre outras.
Este profissional tem sob sua responsabilidade proporcionar o acesso das informações aos diferentes usuários e para tanto sua ação implica na intervenção junto aos arquivos de modo a promover a gestão da informação arquivística.
Assim, na atual conjuntura social, política, econômica, científica e tecnológica brasileira, o tratamento da informação tornou-se estratégico à gestão organizacional nas mais diferentes áreas de atuação, o que torna o campo de ação arquivístico tão diversificado quanto o do conhecimento humano.

Fonte: http://w3.ufsm.br/arquivologia/index.php?option=com_content&view=article&id=35&Itemid=29

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Redes sociais, conhecimento e ação coletiva

Com o objetivo de debater o alcance teórico e metodológico do conceito de redes sociais e seu emprego em diferentes disciplinas no estudo das ações coletivas globais e/ou locais, será realizado, em 22/11, o seminário “Redes sociais, conhecimento e ação coletiva”.

No encontro, que faz parte da programação em comemoração aos 25 anos do Icict,
a pesquisadora visitante do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Marta Pedro Varanda falará sobre “o conceito e o método de redes sociais: estudo de redes de pesquisadores e dos processos de ação coletiva”.

Em seguida, a pesquisadora do Laboratório de Comunicação e Saúde (Laces/Icict/Fiocruz) e professora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ibict/UFRJ), Regina Marteleto, será a mediadora da mesa redonda “Redes sociais: configurações na saúde, na informação e na comunicação” que conta com os debatedores Carlos Eduardo Estellita-Lins, pesquisador do Laboratório de Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Licts/Icict/Fiocruz), Gilda Olinto, professora do Ibict e Tamara Egler, responsável pelo Laboratório Estado, Sociedade, Tecnologia e Espaço do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur/UFRJ).

O evento, que acontece às 9h, no Salão de Leitura da Biblioteca de Ciências Biomédicas do Icict, conta com o apoio do Ibict.


Serviço:
Seminário "Redes sociais, conhecimento e ação coletiva"
Data: 22/11
Horário: 9h às 13h
Local: Salão de Leitura da Biblioteca de Ciências Biomédicas - Av. Brasil, 4.365 - Pavilhão Haity Moussatché - Manguinhos


Programação
9h às 10h – Palestra
Marta Pedro Varanda (Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa)

“O conceito e o método de redes sociais: estudo de redes de pesquisadores e dos processos de ação coletiva”

10h às 10h30
Debates

10h30 às 11h
Intervalo

11h às 12h30
“Redes sociais: configurações na saúde, na informação e na comunicação”
Regina Marteleto (Laces/Icict/Fiocruz e Ibict/UFRJ) - moderadora
Carlos Eduardo Estellita-Lins (Licts/Icict/Fiocruz)
Gilda Olinto (Ibict/UFRJ)
Tamara Egler (Ippur/UFRJ)

 Promoção: Laces/Icict/Fiocruz e Ibict/UFRJ

Fonte:  http://www.fiocruz.br/icict/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=2048&sid=18

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Mantenha o seu Arquivo Privado! (Vida Profissional)

 

Seu empregador tem (ou deveria ter…) documentos seus em um dossiê com seu nome; Você não deveria ter um também? Claro, você pode ter acesso aos documentos e informações relacionados a você, mas talvez você acredite que pedir acesso aos seus documentos pode ser suspeito (claro, isso não deveria acontecer, mas acontece). Talvez você tenha que se preparar para uma apresentação em algum evento no qual você foi convidado a falar e precisa enviar alguma pequena biografia profissional ou talvez seu currículo detalhado atualizado ou mesmo tentar uma oportunidade com um novo empregador.
Então, você não gostaria de manter seu histórico acadêmico, profissional, de atividades extra-curriculares e demais feitos em casa?
O que você deveria guardar? Aqui está uma lista de documentos que você deve manter organizado a cada ano. O início desse ano de 2008 pode ser uma boa oportunidade para começar a organizar seu próprio Arquivo Pessoal.
  • Documentos que falem sobre seu empregador e/ou seu emprego;
  • Lista de objetivos e metas para o novo ano (será interessante verificar a cada ano o que foi planejado e o que foi alcançado);
  • Documentos sobre os projetos iniciados acrescidos de informações que indiquem se estes foram completados, parcialmente completados ou cancelados;
  • Realizações – Mantenha registros sobre conquistas que o deixem particularmente orgulhoso, como aparições na mídia, prêmios recebidos e até mesmo menções sobre suas atividades que alguém tenha feito e registrado;
  • Listas de cursos realizados (e os certificados!), seminários e conferências que participou, livros lidos e outras atividades que ajudaram a desenvolver seu lado profissional;
  • Resultados de avaliação de performance (se seu empregador não faz, junte colegas de trabalho e tente realizar isso de forma honesta, aberta e amigável entre vocês);
  • Feedbacks de clientes, fornecedores, colegas, supervisores e outros entes relacionados com sua vida profissional (muitas vezes são críticas, algumas bastante duras, mas tente sempre encara-las como uma ótima oportunidade de conhecer seus pontos fracos);
  • Atividades profissionais – Registre e comente as atividades que você realiza – dia-a-dia, liderança de projetos, representações que exerceu – Parece como um diário pra você? :)
Manter seu arquivo pessoal organizado vai ajudar a escrever seu currículo e resumo profissional para seu próximo possível empregador, escrever seu resumo profissional a ser anunciado antes de sua palestra em algum evento ou mesmo se se manter pronto para a próxima avaliação de performance.
Também não pense que esses são os únicos documentos que um arquivo pessoal possui, para a Arquivologia, um arquivo é o conjunto de documentos que foram produzidos ou acumulados por alguém durante suas atividades, isto é, as dicas acima se referem a seu lado profissional e sequer esgotaram as possibilidades. Visite essa seção do Portal do Arquivista com freqüência, é possível que novas informações sobre arquivos pessoais sejam publicadas.
Claro, há outras vantagens de manter um arquivo pessoal a longo prazo, seus descendentes poderão conhecer seu dia-a-dia e manter a memória viva acerca de um dos seus antepassados! :)
Você têm alguma outra dica? Nos conte utilizando a ferramenta de comentários abaixo!
Fonte: Esse texto é uma tradução adaptada e livre de Your Personnal File… at home, por Ricardo Sodré Andrade.

Fonte: http://www.arquivista.net/2008/01/01/mantenha-o-seu-arquivo-privado/

domingo, 20 de novembro de 2011

Biblioteconomia, documentação e ciência da informação: história, sociedade, tecnologia e pósmodernidade

 
Jéssica Câmara Siqueira

Mestranda do Programa de Pós Graduação
em Ciência da Informação da
ECA/USP.Especialização em Arquivos no
IEB/USP.

Apresenta um panorama das formações socioculturais e as revoluções tecnológicas observadas ao longo da história, que influenciaram as origens e o
desenvolvimento da Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação. O panorama histórico apresentado, dialoga com as principais formações sociais e revoluções tecnológicas, permitindo a compreensão mais aprofundada de fenômenos, práticas e necessidades que refletem os escopos dos domínios da Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação.Tal abordagem, ratifica as inter-relações entre os domínios apresentados, mas também salienta suas particularidades, o que corrobora a análise e as discussões acerca da Biblioteconomia, Documentação, Ciência da Informação na pós-modernidade.

Palavras-chave: Biblioteconomia. Documentação. Ciência da Informação. Tecnologia. História. Sociedade. Pós-modernidade.

Fonte: Perspectivas em Ciência da Informação, v.15, n.3, p.52-66, set./dez 2010